Origem da escrita chinesa e sua evolução


A escrita chinesa tem mais de 3.000 anos e é uma das mais antigas e mais utilizadas no mundo, é resultado de um longo processo evolutivo transcorrido durante milênios.

Em 221 a.C. o imperador Qin Shi Huang unificou a China, nesse período, a grande diversidade de escritas disseminadas no império passou a constituir um dos principais obstáculos para a implementação de decretos governamentais, condução da economia e a difusão da cultura e da educação. A escrita de Selos Menor (xiaozhuan), baseada na de Selos Maior (dazhuan) utilizada no feudo de origem do imperador, foi então escolhida como a escrita padrão para uso de todo o império.






Os diversos estilos de escrita e caligrafia constituem testemunhos preciosos sobre a evolução da sociedade chinesa. Isto pode ser percebido pelos tipos de escrita e suas evoluções: a forma mais rudimentar, ou seja, inscrições oraculares feitas em ossos de animais, chamada de jiaguwen; inscrições fundidas ou gravadas em vasos de bronze, chamada de escrita em metais - jinwen; caracteres impressos em bambu, madeira e seda, chamada de escrita de carimbos - zhuanshu; escrita oficial usada na dinasitia Han, chamada de escrita de chancelaria - lishu; e posteriormente a escrita regular - kaishu, a escrita semi-cursiva - xingshu e a escrita cursiva em estilo herbiforme sobre papel - caoshu




A escrita chinesa tem um acervo de mais de 160 mil ideogramas, mas uma grande parte desses elementos sofreu alterações com os anos, passando por um processo de evolução que priorizava seus traços fundamentais. Atualmente, entre 5.000 e 8.000 caracteres são utilizados, sendo que somente cerca de 3.000 são de uso diário.

Escrever em chinês não é uma tarefa fácil, para traçar um ideograma é preciso paciência, precisão e disciplina. São oito os traços básicos que compõe as unidades mínimas do caractere e que devem ser dominados por quem escreve. Apesar dessa metodologia rígida, cada caractere, pela sua própria origem pictórica de representação concreta dos objetos, aproxima-se de uma pintura, porque tenta captar a essência e a beleza das coisas de uma maneira especial.





Do ponto de vista plástico, escrever é sempre uma obra pessoal, mas a atividade caligráfica chinesa, por sua natureza, acaba por fazer do ato da escrita uma arte tão apreciada quanto a pintura.
Como técnica artística, a caligrafia representa a captação de um momento, uma vez que o traço se transforma em um ato único, não passível de repetição, correção ou retoque.

A forma e harmonia do conjunto, a distância entre os caracteres, suas dimensões, a escolha e a proporção do suporte que eles preenchem, a maneira de segurar o pincel, de dar a pincelada, a textura, o estilo, enfim, tudo é um elemento definidor na arte da caligrafia.


Fontes:

Livro: A Cultura Chinesa de Yu Dong, Zhong Fang e Lin Xialing
Revista Instituto Confúcio – volume 19 – Março/2017

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